Por que atividade física é vital no tratamento contra depressão?
Quer saber o que acontece em nosso cérebro quando nos exercitamos? Confira esse post!

O que acontece em nosso cérebro quando nos exercitamos?
Quando praticamos atividade física, ocorre uma série de alterações bioquímicas e fisiológicas no nosso organismo que envolvem a regulação, a liberação e a ativação de neurotransmissores que auxiliam na diminuição da depressão e promovem o bem-estar. Além dos músculos, dos pulmões e do coração, o cérebro também entra em ação e libera substâncias, como a adrenalina, a endorfina e a dopamina, que são importantíssimas para o sistema nervoso. A adrenalina é responsável por preparar o corpo para que a pessoa fique mais atenta às reações de fuga e luta. É por meio desse hormônio que temos o aumento da frequência cardíaca, a redistribuição do fluxo sanguíneo, a boca seca e a dilatação das pupilas, quando praticamos qualquer atividade física. Já a endorfina, além de ser é conhecida como hormônio da alegria, ainda é considerada um analgésico natural, pois tem a capacidade de aliviar as dores e trazer a sensação de alívio e bem-estar para o organismo. Isso porque esse neurotransmissor desempenha um importante papel no sistema nervoso central, uma vez que despolariza as membranas celulares e reduz os impulsos nervosos, diminuindo a tensão no corpo e mantendo um melhor estado psicossocial. Por fim, a dopamina também é liberada e desencadeia impulsos nervosos que oferecem a sensação de tranquilidade e contentamento, diminuindo a ansiedade ao final da atividade física. É em razão dessas e de outras substâncias bioquímicas que, muitas vezes, nos sentimos relaxados e felizes logo após a prática de exercícios físicos.Quais são os benefícios da atividade física para as pessoas com depressão?
A prática de atividade física não se resume apenas à liberação dos hormônios, pois ela ainda ajuda a minimizar o sofrimento físico e psíquico, trazendo benefícios em curto, médio e longo prazo. Em curto período, além de o exercício físico trazer a sensação de relaxamento e prazer, ele proporciona a distração dos estímulos estressores, isto é, alivia o estresse e o nervosismo. Consequentemente, há uma melhora da disposição física e do humor. Exercitar-se em médio prazo faz com que a pessoa tenha uma noite tranquila, pois melhora a qualidade do sono e diminui a insônia, devido à liberação de substâncias que promovem o bem-estar. Além disso, essa prática melhora a capacidade respiratória, o condicionamento físico e o fluxo sanguíneo cerebral, como também pode oferecer a oportunidade de interação social, uma vez que o indivíduo tem convívio regular com as outras pessoas. Em longo prazo, a prática de atividade física eleva a autoestima, fortalece a musculatura e melhora as funções cerebrais e a qualidade de vida, fazendo com que a pessoa se sinta bem, sendo uma excelente opção para a prevenção e o tratamento da depressão. Além desses benefícios, os exercícios físicos podem oferecer outras vantagens, como:- aumento da confiança;
- melhora do controle sobre sua vida e seu corpo;
- diminuição da ansiedade, do estresse e da tensão;
- favorecimento do autocontrole psicológico;
- produção de efeitos calmantes sobre o organismo;
- redução do risco de diminuição funcional;
- promoção de estratégias de enfrentamento para o problema.
Qual deve ser o tipo de atividade física?
A prática de atividade física deve ser agradável para que o exercício seja eficiente na melhoria do problema. Geralmente a atividade de caráter aeróbica e não competitiva tende a ser mais efetiva. Para isso, é preciso realizar de 20 a 60 minutos de exercícios com intensidade moderada, por cerca de 3 a 5 vezes por semana, para que haja a liberação dos neurotransmissores e uma contribuição positiva, tanto física quanto psicológica. No entanto, os exercícios com alta intensidade não são indicados para o tratamento contra a depressão, uma vez que esses estão associados a estados negativos, como cansaço e dor. Para a pessoa com depressão, a falta de motivação é um sintoma incapacitante para a realização de atividade física. Dessa forma, ela deve começar devagar, com uma caminhada, por exemplo, que, além de movimentar um pouco, trará pequenas alterações de bem-estar, o que possibilitará o aumento do tempo da caminhada e, até mesmo, a mudança do exercício para um que gere mais prazer e possibilite o relaxamento. Além disso, a combinação da atividade física e depressão, inicialmente, pode ser uma rotina com diversos desafios, mas algumas etapas podem ajudar, tais como:- identificar o tipo de exercício físico que goste de fazer e ao invés de imaginá-lo como uma tarefa árdua em sua vida, pensar que essa é uma das ferramentas que o ajudará a melhorar;
- conversar e obter apoio do médico ou profissional de saúde mental, a fim de receber orientações de como a prática de atividade física pode se encaixar no tratamento;
- estabelecer metas razoáveis as quais estejam de acordo com as suas necessidades e habilidades, em vez de definir diretrizes improváveis de atender;
- preparar-se para os obstáculos e contratempos que possam surgir quando pular um dia de exercício e achar que nada funciona, o que não significa que deve desistir, apenas tente novamente no dia seguinte e dê a si mesmo todo o crédito pelas vezes que conseguir a voltar se exercitar.
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